Gravidez e exercício
A gestação é avaliada por um profissional
especializado na área, o ginecologista/obstetra. Esse profissional, para
facilitar a avaliação e o acompanhamento, divide o período gestacional em três
trimestres.
1. O
primeiro trimestre é instável, pois o corpo lúteo (estrutura endócrina
responsável pela produção da progesterona) mantém a gestação até a segunda
semana impedindo a menstruação e se este não se desenvolver normalmente pode
ocorrer aborto espontâneo. Nesse período, a gestante precisa ingerir alimentos
saudáveis e naturais além de polivitamínicos prescritos pelo médico. As
atividades físicas devem ser limitadas à caminhadas e natação e a atividade
sexual sem exageros (recomenda-se o tipo “papai e mamãe”). Nesse período, a
gestante também pode sentir algumas sensações desconfortáveis como náuseas,
vômitos, enjoos, mal-estar, irritação, sonolência, cólicas e outros.
2. O
segundo trimestre é um período mais estável que o anterior, o organismo já se
altera visivelmente, as mamas já se preparam para a produção de leite, a
barriga começa a aparecer. A gestante nesse período pode ter acne pelo aumento
da oleosidade na pele, varizes quando o sangue se acumula nas pernas, câimbras por
causa da pressão provocada pelo útero, mictúria provocada pela pressão da
bexiga e outras. Nesse período pode haver riscos de descolamento da placenta e
placenta prévia que são detectados através do sangramento que se manifesta de
forma bem clara e rala até o sangramento do tipo menstruação.
3. No
terceiro trimestre a gestante deve fazer um número maior de consultas médicas,
pois nesse período é possível detectar a pré-eclâmpsia, síndrome que faz a
gestante reter líquidos, ter sua pressão alterada e elevada e eliminar
proteínas pela urina. A barriga já atinge um tamanho desconfortável para a
gestante podendo ou não dificultar sua locomoção, provocar insônia, falta de
ar, hemorroidas e outras. O útero também passa a se contrair na intenção de
preparar a gestante para o parto. É recomendável que a gestante, em toda a
gravidez, controle sua alimentação. Apesar de aumentar a fome e a ingestão de
alimentos, a gestante deve controlar e dar preferência para alimentos naturais,
evitando sal, alimentos gordurosos, frituras, massas, refrigerantes.
Alterações provocadas
pela gravidez no aparelho locomotor
Praticamente todas as
mulheres grávidas experimentam algum desconforto musculoesquelético durante a
gravidez. As mulheres grávidas apresentam um risco aumentado de queixas
musculoesqueléticas, principalmente lombalgia. A mudança do centro de
gravidade, a rotação anterior da pelve, o aumento da lordose lombar e o aumento
da elasticidade ligamentar são os principais responsáveis pelos sintomas. Um
programa de exercício executado três vezes por semana durante a segunda metade
da gravidez pode colaborar na redução dos sintomas de desconfortos causados
pela gravidez. Há estudos que mostram que exercícios ajudam na saúde da mulher
durante a gravidez. Apesar de ainda existirem poucos estudos nesta área, exercícios
resistidos de intensidade leve a moderada podem promover melhora na resistência
e flexibilidade muscular, sem aumento no risco de lesões, complicações na
gestação ou relativas ao peso do feto ao nascer. Consequentemente, a mulher
passa a suportar melhor o aumento de peso e atenua as alterações posturais
decorrentes desse período. A atividade física aeróbia auxilia de forma
significativa no controle do peso e na manutenção do condicionamento, reduzir
riscos de diabetes gestacional além de gerar proteção contra a depressão
puerperal.
Riscos para o feto
A prática de exercícios
acarreta riscos potenciais para o feto em situações em que a intensidade do
exercício seja muito alta, criando um estado de hipóxia para o feto, em
situações em que haja risco de trauma abdominal e em situações de hipertermia
da gestante. Esses fatores podem gerar estresse fetal, restrição de crescimento
intrauterina e prematuridade. Se mantido exercícios muito elevado durante a
gravidez é possível que o bebe nasça com o peso baixo. Sugere-se evitar sempre
situações que resultem em hipertermia materna durante o primeiro trimestre de
gravidez. Durante o período de amamentação, desde que a
ingesta calórica e hídrica da mãe se mantenha normal, os exercícios leves a
moderados não afetam a quantidade ou a composição do leite, e por isso não
exercem qualquer impacto sobre o crescimento do lactente.
Contraindicações de
exercício durante a gravidez
O exercício regular é contraindicado
em mulheres com as seguintes complicações :
· Contraindicações
absolutas
· Doença
miocárdica descompensada
· Insuficiência
cardíaca congestiva
· Tromboflebite
· Embolia
pulmonar recente
· Doença
infecciosa aguda
· Risco
de parto prematuro
· Sangramento
uterino
· Isoimunização
grave
· Doença
hipertensiva descompensada
· Suspeita
de estresse fetal
· Paciente
sem acompanhamento pré-natal
· Contraindicações
relativas
· Hipertensão
essencial
· Anemia
· Doenças
tireoidianas
· Diabetes
mellitus descompensado
· Obesidade
mórbida
· Histórico
de sedentarismo extremo
.
Prescrição dos
exercícios
‘Todas as mulheres que
não apresentam contraindicações devem ser incentivadas a realizar atividades
aeróbias, de resistência muscular e alongamento. As mulheres devem escolher
atividades que apresentem pouco risco de perda de equilíbrio e de traumas. O
trauma direto ao feto é raro, mas é prudente evitar esportes de contato ou com alto
risco de colisão. Deve-se tomar o cuidado de não se exercitar vigorosamente em
climas muito quentes e de prover a hidratação adequada, de modo a não
prejudicar a termo regulação da mãe’’.
Reflexão
Pude aprender sobre os exercícios
que podem ser feitos na gravidez e seus benefícios tanto para a mãe quanto para
o feto. Mas mesmo que seja um beneficio não se deve ser exagerado pois pode
trazer complicações para ambos.
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