quinta-feira, 19 de abril de 2012

Gravidez e exercício - 30/03/2012


Gravidez e exercício

A gestação é avaliada por um profissional especializado na área, o ginecologista/obstetra. Esse profissional, para facilitar a avaliação e o acompanhamento, divide o período gestacional em três trimestres.

1.      O primeiro trimestre é instável, pois o corpo lúteo (estrutura endócrina responsável pela produção da progesterona) mantém a gestação até a segunda semana impedindo a menstruação e se este não se desenvolver normalmente pode ocorrer aborto espontâneo. Nesse período, a gestante precisa ingerir alimentos saudáveis e naturais além de polivitamínicos prescritos pelo médico. As atividades físicas devem ser limitadas à caminhadas e natação e a atividade sexual sem exageros (recomenda-se o tipo “papai e mamãe”). Nesse período, a gestante também pode sentir algumas sensações desconfortáveis como náuseas, vômitos, enjoos, mal-estar, irritação, sonolência, cólicas e outros.

2.      O segundo trimestre é um período mais estável que o anterior, o organismo já se altera visivelmente, as mamas já se preparam para a produção de leite, a barriga começa a aparecer. A gestante nesse período pode ter acne pelo aumento da oleosidade na pele, varizes quando o sangue se acumula nas pernas, câimbras por causa da pressão provocada pelo útero, mictúria provocada pela pressão da bexiga e outras. Nesse período pode haver riscos de descolamento da placenta e placenta prévia que são detectados através do sangramento que se manifesta de forma bem clara e rala até o sangramento do tipo menstruação.

3.      No terceiro trimestre a gestante deve fazer um número maior de consultas médicas, pois nesse período é possível detectar a pré-eclâmpsia, síndrome que faz a gestante reter líquidos, ter sua pressão alterada e elevada e eliminar proteínas pela urina. A barriga já atinge um tamanho desconfortável para a gestante podendo ou não dificultar sua locomoção, provocar insônia, falta de ar, hemorroidas e outras. O útero também passa a se contrair na intenção de preparar a gestante para o parto. É recomendável que a gestante, em toda a gravidez, controle sua alimentação. Apesar de aumentar a fome e a ingestão de alimentos, a gestante deve controlar e dar preferência para alimentos naturais, evitando sal, alimentos gordurosos, frituras, massas, refrigerantes.

Alterações provocadas pela gravidez no aparelho locomotor
Praticamente todas as mulheres grávidas experimentam algum desconforto musculoesquelético durante a gravidez. As mulheres grávidas apresentam um risco aumentado de queixas musculoesqueléticas, principalmente lombalgia. A mudança do centro de gravidade, a rotação anterior da pelve, o aumento da lordose lombar e o aumento da elasticidade ligamentar são os principais responsáveis pelos sintomas. Um programa de exercício executado três vezes por semana durante a segunda metade da gravidez pode colaborar na redução dos sintomas de desconfortos causados pela gravidez. Há estudos que mostram que exercícios ajudam na saúde da mulher durante a gravidez. Apesar de ainda existirem poucos estudos nesta área, exercícios resistidos de intensidade leve a moderada podem promover melhora na resistência e flexibilidade muscular, sem aumento no risco de lesões, complicações na gestação ou relativas ao peso do feto ao nascer. Consequentemente, a mulher passa a suportar melhor o aumento de peso e atenua as alterações posturais decorrentes desse período. A atividade física aeróbia auxilia de forma significativa no controle do peso e na manutenção do condicionamento, reduzir riscos de diabetes gestacional além de gerar proteção contra a depressão puerperal.
Riscos para o feto
A prática de exercícios acarreta riscos potenciais para o feto em situações em que a intensidade do exercício seja muito alta, criando um estado de hipóxia para o feto, em situações em que haja risco de trauma abdominal e em situações de hipertermia da gestante. Esses fatores podem gerar estresse fetal, restrição de crescimento intrauterina e prematuridade. Se mantido exercícios muito elevado durante a gravidez é possível que o bebe nasça com o peso baixo. Sugere-se evitar sempre situações que resultem em hipertermia materna durante o primeiro trimestre de gravidez. Durante o período de amamentação, desde que a ingesta calórica e hídrica da mãe se mantenha normal, os exercícios leves a moderados não afetam a quantidade ou a composição do leite, e por isso não exercem qualquer impacto sobre o crescimento do lactente.

Contraindicações de exercício durante a gravidez
O exercício regular é contraindicado em mulheres com as seguintes complicações :
·      Contraindicações absolutas
·      Doença miocárdica descompensada
·      Insuficiência cardíaca congestiva
·      Tromboflebite
·      Embolia pulmonar recente
·      Doença infecciosa aguda
·      Risco de parto prematuro
·      Sangramento uterino
·      Isoimunização grave
·      Doença hipertensiva descompensada
·      Suspeita de estresse fetal
·      Paciente sem acompanhamento pré-natal
·      Contraindicações relativas
·      Hipertensão essencial
·      Anemia
·      Doenças tireoidianas
·      Diabetes mellitus descompensado
·      Obesidade mórbida
·      Histórico de sedentarismo extremo
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Prescrição dos exercícios
‘Todas as mulheres que não apresentam contraindicações devem ser incentivadas a realizar atividades aeróbias, de resistência muscular e alongamento. As mulheres devem escolher atividades que apresentem pouco risco de perda de equilíbrio e de traumas. O trauma direto ao feto é raro, mas é prudente evitar esportes de contato ou com alto risco de colisão. Deve-se tomar o cuidado de não se exercitar vigorosamente em climas muito quentes e de prover a hidratação adequada, de modo a não prejudicar a termo regulação da mãe’’.

 Reflexão

Pude aprender sobre os exercícios que podem ser feitos na gravidez e seus benefícios tanto para a mãe quanto para o feto. Mas mesmo que seja um beneficio não se deve ser exagerado pois pode trazer complicações para ambos.

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