segunda-feira, 11 de junho de 2012

Sistema Articular


Articulação ou juntura é a conexão entre duas ou mais peças esqueléticas (ossos ou cartilagens). Essas uniões não só colocam as peças do esqueleto em contato, como também permitem que o crescimento ósseo ocorra e que certas partes do esqueleto mudem de forma durante o parto. Além disto, capacita que partes do corpo se movimentem em resposta a contração muscular.
Embora apresentem consideráveis variações entre elas, as articulações possuem certos aspectos estruturais e funcionais em comum que permitem classificá-las em três grandes grupos: fibrosas, cartilaginosas e sinoviais. O critério para esta divisão é o da natureza do elemento que se interpõe às peças que se articulam.
 Articulações fibrosas: As articulações nas quais o elemento que se interpõe às peças que se articulam é o tecido conjuntivo fibroso são ditas fibrosas (ou sinartroses). O grau de mobilidade delas, sempre pequeno, depende do comprimento das fibras interpostas. Existem três tipos de articulações fibrosas: sutura, sindesmose e gonfose.
As suturas, que são encontradas somente entre os ossos do crânio, são formadas por várias camadas fibrosas, sendo a união suficientemente íntima de modo a limitar intensamente os movimentos, embora confiram uma certa elasticidade  ao crânio. A maneira pela qual as bordas dos ossos articulados entram em contato é variável, reconhecendo-se suturas planas (união linear retilínea ou aproximadamente retilínea), suturas escamosas (união em bisel) e suturas serreadas (união em linha “denteada”). No crânio, a articulação entre os ossos nasais é uma sutura plana; entre os parietais, sutura denteada; entre o parietal e o temporal, escamosa.
No crânio do feto e recém-nascido, onde a ossificação ainda é incompleta, a quantidade de tecido conjuntivo fibroso interposto é muito maior, explicando a grande separação entre os ossos e uma maior mobilidade. Estas áreas fibrosas são denominadas fontículos (ou fontanelas). São elas que permitem, no momento do parto, uma redução bastante apreciável do volume da cabeça fetal pela sobreposição dos ossos do crânio. Esta redução de volume facilita a expulsão do feto para o meio exterior.
Na idade avançada pode ocorrer ossificação do tecido interposto (sinostose), fazendo com que as suturas, pouco a pouco, desapareçam e, com elas, a elasticidade do crânio.
Nas sindesmoses os ossos estão unidos por uma faixa de tecido fibroso, relativamente longa, formando ou um ligamento interósseo ou uma membrana interóssea, nos casos, respectivamente de menor ou maior comprimento das fibras, o que condiciona um menor ou maior grau de movimentação. Exemplos típicos são a sindesmose tíbio-fibular e a membrana interóssea radio-ulnar.
Gonfose é a articulação específica entre os dentes e seus receptáculos, os alvéolos dentários. O tecido fibroso do ligamento periodontal segura firmemente o dente no seu alvéolo. A presença de movimentos nesta articulação significa uma condição patológica.
Articulações cartilagilaginosas
Nas articulações cartilaginosas o tecido que se interpõe é a cartilagem. Quando se trata de cartilagem hialina, temos as sincondroses; nas sínfises a cartilagem é fibrosa. Em ambas a mobilidade é reduzida. As sincondroses são raras e o exemplo mais típico é a sincondrose esfeno-occipital que pode ser visualizada na base do crânio. Exemplo de sínfise é a união, no plano mediano, entre as porções púbicas dos ossos do quadril, constituindo a sínfise púbica. Também as articulações que se fazem entre os corpos das vértebras podem ser consideradas como sínfise, uma vez que se interpõe entre eles um disco de fibrocartilagem - o disco intervertebral.
Articulações sinoviais
A mobilidade exige livre deslizamento de uma superfície óssea contra outra e isto é impossível quando entre elas interpõe-se um meio de ligação, seja fibroso ou cartilagíneo. Para que haja o grau desejável de movimento, em muitas articulações, o elemento que se interpõe às peças que se articulam é um líquido denominado sinóvia, ou líquido sinovial.
Além da presença deste líquido, as articulações sinoviais possuem três outras características básicas: cartilagem articular, cápsula articular e cavidade articular.
· a cartilagem articular é a cartilagem do tipo hialino que reveste as superfícies em contato numa determinada articulação (superfícies articulares), ou seja, a cartilagem articular é a porção do osso que não foi invadida pela ossificação. Em virtude deste revestimento as superfícies articulares se apresentam lisas, polidas e de cor esbranquiçada. A cartilagem articular é avascular e não possui também inervação. Sua nutrição, portanto, principalmente nas áreas mais centrais, é precária, o que torna a regeneração, em caso de lesões, mais difícil e lenta.
· a cápsula articular é uma membrana conjuntiva que envolve a articulação sinovial como um manguito. Apresenta-se com duas camadas: a membrana fibrosa (externa) e a membrana sinovial (interna). A primeira é mais resistente e pode estar reforçada, em alguns pontos, por ligamentos , destinados a aumentar sua resistência. Em muitas articulações sinoviais, todavia, existem ligamentos independentes da cápsula articular e em algumas, como na do joelho, aparecem também ligamentos intra-articulares.
· cavidade articular é o espaço existente entre as superfícies articulares, estando preenchido pelo líquido sinovial
Ligamentos e cápsula articular têm por finalidade manter a união entre os ossos, mas além disto, impedem o movimento em planos indesejáveis e limitam a amplitude dos movimentos considerados normais.
A membrana sinovial é a mais interna das camadas da cápsula articular. É abundantemente vascularizada e inervada, sendo encarregada da produção da sinóvia (líquido sinovial), o qual tem consistência similar a clara do ovo e tem por funções lubrificar e nutrir as cartilagens articulares. O volume de líquido sinovial presente em uma articulação é mínimo, somente o suficiente para revestir delgadamente as superfícies articulares e localiza-se na cavidade articular.
Além destas características, que são comuns a todas articulações sinoviais, em várias delas encontram-se formações fibrocartilagíneas, interpostas às superfícies articulares, os discos e meniscos, de função discutida: serviriam à melhor adaptação das superfícies que se articulam (tornando-as congruentes) ou seriam estruturas destinadas a receber violentas pressões, agindo como amortecedores. Meniscos, com sua característica forma de meia lua, são encontrados na articulação do joelho. Discos são encontrados nas articulações esternoclavicular e temporomandibular.

Movimentação: As articulações fibrosas e cartilagíneas tem um mínimo grau de mobilidade. Assim, a verdadeira mobilidade articular é dada pelas articulações sinoviais. Estes movimentos ocorrem, obrigatoriamente, em torno de um eixo, denominado eixo de movimento. A direção destes eixos é ântero-posterior, látero-lateral e longitudinal. Na análise do movimento realizado, a determinação do eixo de movimento é feita obedecendo a regra, segundo a qual, a direção do eixo de movimento é sempre perpendicular ao plano no qual se realiza o movimento em questão. Assim, todo movimento é realizado em um plano determinado e o seu eixo de movimento é perpendicular àquele plano. Os movimentos executados pelos segmentos do corpo recebem nomes específicos e aqui serão definidos, a seguir, apenas os mais comuns:
·      flexão e extensão são movimentos angulares, ou seja, neles ocorre uma diminuição ou um aumento do ângulo existente entre o segmento que se desloca e aquele que permanece fixo. Quando ocorre a diminuição do ângulo diz-se que há flexão;  quando ocorre o aumento, realizou-se a extensão, exceto para o pé. Neste caso, não se usa a expressão extensão do pé: os movimentos são definidos como flexão dorsal e flexão plantar do pé. Os movimentos angulares de flexão e extensão ocorrem em plano sagital e, seguindo a regra, o eixo desses movimentos é látero-lateral.
·      adução e abdução que são movimentos nos quais o segmento é deslocado, respectivamente, em direção ao plano mediano ou em direção oposta, isto é, afastando-se dele. Para os dedos prevalece o plano mediano do membro. Os movimentos da adução e abdução desenvolvem-se em plano frontal e seu eixo de movimento é ântero-posterior.
· rotação que é o movimento em que o segmento gira em torno de um eixo longitudinal (vertical). Assim, nos membros, pode-se reconhecer uma rotação medial, quando a face anterior do membro gira em direção ao plano mediano do corpo, e uma rotação lateral, no movimento oposto. A rotação é feita em plano horizontal e o eixo de movimento, perpendicular a este plano é vertical.
· circundução, é o resultado do movimento combinatório que inclui a adução, extensão, abdução, flexão e rotação. Neste tipo de movimento, a extremidade distal do segmento descreve um círculo e o corpo do segmento, um cone, cujo vértice é representado pela articulação que se movimenta.

Classificação funcional
O movimento nas articulações depende, essencialmente, da forma das superfícies que entram em contato e dos meios de união que podem limitá-lo. Na dependência destes fatores as articulações podem realizar movimentos em torno de um, dois ou três eixos. Este é o critério adotado para classificá-las funcionalmente. Quando uma articulação realiza movimentos apenas em torno de um eixo, diz-se que é mono-axial ou que possui um só grau de liberdade; será bi-axial a que os realiza em torno de dois eixos (dois graus de liberdade); e tri-axial se eles forem realizados em torno de três eixos (três graus de liberdade). Assim, as articulações que só permitem a flexão e extensão, como a do cotovelo, são mono-axiais; aquelas que realizam extensão, flexão, adução e abdução, como a radio-cárpica (articulação do punho), são bi-axiais; finalmente, as que além de flexão, extensão, abdução e adução, permitem também a rotação, são ditas tri-axiais, cujos exemplos típicos são as articulações do ombro e do quadril.
Classificação morfologica
O critério de base para a classificação morfológica das articulações sinoviais é a forma das superfícies articulares. Contudo, às vezes é difícil fazer esta correlação. Além disto, existem divergências entre anatomistas quanto não só a classificação de determinadas articulações, mas também quanto à denominação dos tipos. De acordo com a nomenclatura anatômica, os tipos morfológicos de articulações sinoviais são:
· plana, na qual as superfícies articulares são planas ou ligeiramente curvas, permitindo deslizamento de uma superfície sobre a outra em qualquer direção. A articulação acromioclavicular (entre o acrômio da escápula e a clavícula) é um exemplo. Deslizamento existe em todas as articulações sinoviais mas nas articulações planas ele é discreto, fazendo com que a amplitude do movimento seja bastante reduzida. Entretanto, deve-se ressaltar que pequenos deslizamentos entre vários ossos articulados permitem apreciável variedade e amplitude de movimento. É isto que ocorre, por exemplo, nas articulações entre os ossos curtos do carpo, do tarso e entre os corpos das vértebras.

· gínglimo, ou dobradiça, sendo que os nomes referem-se muito mais ao movimento (flexão e extensão) que elas realizam do que à forma das superfícies articulares. A articulação do cotovelo é um bom exemplo de gínglimo e a simples observação mostra como a superfície articular do úmero, que entra em contato com a ulna, apresenta-se em forma de carretel. Todavia, as articulações entre as falanges também são do tipo gínglimo e nelas a forma das superfícies articulares não se assemelha a um carretel. Este é um caso concreto em que o critério morfológico não foi rigorosamente obedecido. Realizando apenas flexão e extensão, as articulações sinoviais do tipo gínglimo são mono-axiais.

· trocóide, na qual, as superfícies articulares são segmentos de cilindro e, por esta razão, cilindróides talvez fosse um termo mais apropriado para designá-las. Estas articulações permitem rotação e seu eixo de movimento, único, é vertical: são mono-axiais. Um exemplo típico é a articulação radio-ulnar proximal (entre o rádio e a ulna) responsável pelos movimentos de pronação e supinação do antebraço. Na pronação ocorre uma rotação medial do rádio e, na supinação, rotação lateral. Na posição de descrição anatômica o antebraço está em supinação.

· condilar, cujas superfícies articulares são de forma elíptica e elipsóide seria talvez um termo mais adequado. Estas articulações permitem flexão, extensão, abdução e adução, mas não a rotação. Possuem dois eixos de movimento, sendo portanto bi-axiais. A articulação radio-cárpica (ou do punho) é um exemplo. Outros são a articulação temporomandibular e as articulações metacarpofalângicas.

· selar, na qual a superfície articular de uma peça esquelética tem a forma de sela, apresentando concavidade num sentido e convexidade em outro, e se encaixa numa segunda peça onde convexidade e concavidade apresentam-se no sentido inverso da primeira. A articulação carpo-metacárpica do polegar é exemplo típico. É interessante notar que esta articulação permite flexão, extensão, abdução, adução e rotação (conseqüentemente, também circundução) mas é classificada como bi-axial. O fato é justificado porque a rotação isolada não pode ser realizada ativamente pelo polegar sendo só possível com a combinação dos outros movimentos.

· esferóide, que apresenta superfícies articulares que são segmentos de esferas e se encaixam em receptáculos ocos. O suporte de uma caneta de mesa, que pode ser movimentado em qualquer direção, é um exemplo não anatômico de uma articulação esferóide. Este tipo de articulação permite movimentos em torno de três eixos, sendo portanto, tri-axial. Assim, a articulação do ombro (entre o úmero e a escápula) e a do quadril (entre o osso do quadril e o fêmur) permitem movimentos de flexão, extensão, adução, abdução, rotação e circundução.

Inervação
As articulações sinoviais são muito inervadas. Os nervos são derivados dos que suprem a pele adjacente ou os músculos que movem as articulações. As terminações nervosas sensíveis a dor são numerosas na membrana fibrosa da cápsula e nos ligamentos e são sensíveis ao estiramento e à torção destas estruturas. Contudo, o principal tipo de sensibilidade é a propriocepção.
Das terminações proprioceptoras da cápsula - fusos neurotendinosos - partem impulsos que interpretados no sistema nervoso central informam sobre a posição relativa dos ossos da articulação, do grau e direção de movimento. As vezes, essas informações são inconscientes, e atuam em nível de medula espinhal para controle dos músculos que agem sobre a articulação.

Reflexão
Articulações ou junturas são as uniões funcionais entre os diferentes ossos do esqueleto. São divididas nos seguintes grupos, de acordo com sua estrutura e mobilidade:
· Articulações Fibrosas (Sinartroses) ou imóveis;
· Articulações Cartilagíneas (Anfiartroses) ou com movimentos limitados;
· Articulações Sinoviais (Diartroses) ou articulações de movimentos amplos.

Articulação fibrosa
As articulações fibrosas incluem todas as articulações onde as superfícies dos ossos estão quase em contato direto, como nas articulações entre os ossos do crânio (exceto a ATM). Há três tipos principais de articulações fibrosas:

· Suturas : Nas suturas as extremidades dos ossos têm interdigitações ou sulcos, que os mantêm íntima e firmemente unidos. Consequentemente, as fibras de conexão são muito curtas preenchendo uma pequena fenda entre os ossos. Este tipo de articulação é encontrado somente entre os ossos planos do crânio. Na maturidade, as fibras da sutura começam a ser substituídas completamente, os de ambos os lados da sutura tornam-se firmemente unidos/fundidos. Esta condição é chamada de sinostose.

· Sindesmoses : Nestas suturas o tecido interposto é também o conjuntivo fibroso, mas não ocorre nos ossos do crânio. Na verdade, a Nomenclatura Anatômica só registra dois exemplos: sindesmose tíbio-fibular e sindesmose radio-ulnar.

· Gonfoses: Também chamada de articulação em cavilha, é uma articulação fibrosa especializada à fixação dos dentes nas cavidades alveolares na mandíbula e maxilas. O colágeno do periodonto une o cemento dentário com o osso alveolar.
·       Sinoviais – possuem um espaço entre os ossos e são separadas de acordo com os eixos de movimentos:
o  Uniaxial (1 eixo, 2 movimentos):
§  Gínglimo ou articulação em dobradiça (permite extensão e flexão): falanges, cotovelo.
§  Gínglimo ou dobradiça atípica: joelho (pequena rotação)
§  Trocóide ou pivô (permite movimento de rotação, onde um osso desliza sobre outro fixo):articulações rádio-ulnar e atlanto-axial.
§  Plana ou artródia (deslizamento para frente e para trás): articulações dos ossos carpais e tarsais, articulação da mandíbula.
o   Biaxial (2 eixos, 4 movimentos):
§  Condilar ou elipsóide (extremidade côncava em contato com outra convexa, limitando o movimento): articulações atlanto-occiptal e entre o punho e o carpo.
§  Selar (relacionamento de extremidades de igual curvatura, permitindo a circundação): articulação carpo-metacarpal do polegar.
o   Triaxial, esferóide ou enartrose (3 eixos, 6 movimentos): articulação do quadril.
o   Poliaxial (triaxial com maior mobilidade): articulação do ombro.
·       Cartilaginosas – são as articulações que apresentam cartilagem entre os ossos, podendo ser:
o   Sincondroses – ossos que aderem por cartilagem hialina que mais tarde ossifica; Seqüência: osso-cartilagem-osso (ex. sacro e cóccix)
o   Sínfises ou anfiartroses – existe uma fibrocartilagem espessa interposta; Seqüência: osso-cartilagem-disco-cartilagem-osso (ex. articulações entre corpos vertebrais)
A principal característica das sinartroses é a sua quase que total imobilidade, já que são articulações formadas pela sólida união de dois ou mais segmentos ósseos, formando uma camada protetora dos tecidos que revestem o exterior do esqueleto, como os ossos do crânio e da face, por exemplo. São classificadas em concordantes e discordantes:
·  Concordantes – adaptam-se uma à outra
o Planas ou artrodias – superfícies planas (ex. corpo da vértebra, cabeça da costela e vértebras vizinhas)
o Enartroses ou esféróides – superfícies esféricas (ex. úmero com escápula, fêmur com osso coxal)
o Trocartroses ou trocóides – superfícies cilíndricas (ex. cabeça do rádio e ulna)
o Trocleartroses ou ginglimos – forma de roldana (ex. úmero e ulna)
o Condilartroses – forma de côndilo (ex. úmero e rádio)
o Efipiartroses ou sela – forma de sela de montar (ex. clavícula, esterno e primeira cartilagem costal)
·  Discordantes – apresentam algo na articulação para que os ossos concordem
o Meniscartroses – apresentam uma fibrocartilagem que aumenta a superfície articular e a torna mais côncava (ex. joelho)
o Heteroartroses – (ex. entre atlas e áxis)

Sistema Muscular



São estruturas individualizadas que cruzam uma ou mais articulações e pela sua contração são capazes de transmitir-lhes movimento. Este é efetuado por células especializadas denominadas fibras musculares, cuja energia latente é ou pode ser controlada pelo sistema nervoso. Os músculos são capazes de transformar energia química em energia mecânica.  O músculo vivo é de cor vermelha. Essa coloração denota a existência de pigmentos e de grande quantidade de sangue nas fibras musculares. Os músculos representam 40-50% do peso corporal total.

Funções dos Músculos:
a) Produção dos movimentos corporais: Movimentos globais do corpo, como andar e correr.
b) Estabilização das Posições Corporais: A contração dos músculos esqueléticos estabilizam as articulações e participam da manutenção das posições corporais, como a de ficar em pé ou sentar.
c) Regulação do Volume dos Órgãos: A contração sustentada das faixas anelares dos músculos lisos (esfíncteres) pode impedir a saída do conteúdo de um órgão oco.
d) Movimento de Substâncias dentro do Corpo: As contrações dos músculos lisos das paredes vasos sanguíneos regulam a intensidade do fluxo. Os músculos lisos também podem mover alimentos, urina e gametas do sistema reprodutivo. Os músculos esqueléticos promovem o fluxo de linfa e o retorno do sangue para o coração.
e) Produção de Calor: Quando o tecido muscular se contrai ele produz calor e grande parte desse calor liberado pelo músculo é usado na manutenção da temperatura corporal.
Classificação dos Músculos:
Quanto a Situação:
a) Superficiais ou Cutâneos: Estão logo abaixo da pele e apresentam no mínimo uma de suas inserções na camada profunda da derme. Estão localizados na cabeça (crânio e face), pescoço e na mão (região hipotenar). Exemplo: Platisma.
b) Profundos ou Subaponeuróticos: São músculos que não apresentam inserções na camada profunda da derme, e na maioria das vezes, se inserem em ossos. Estão localizados abaixo da fáscia superficial. Exemplo: Pronador quadrado.
Quanto à Forma:
a) Longos: São encontrados especialmente nos membros. Os mais superficiais são os mais longos, podendo passar duas ou mais articulações. Exemplo: Bíceps braquial.
b) Largos: Caracterizam-se por serem laminares. São encontrados nas paredes das grandes cavidades (tórax e abdome). Exemplo: Diafragma.
c) Curtos: Encontram-se nas articulações cujos movimentos tem pouca amplitude, o que não exclui força nem especialização. Exemplo: Músculos da mão.
Quanto à Disposição da Fibra:
a) Reto: Paralelo à linha média. Ex: Reto abdominal.
b) Transverso: Perpendicular à linha média. Ex: Transverso abdominal.
c) Oblíquo: Diagonal à linha média. Ex: Oblíquo externo.
Quanto à Origem e Inserção:
a) Origem: Quando se originam de mais de um tendão. Ex. Bíceps, Quadríceps.
b) Inserção: Quando se inserem em mais de um tendão. Ex: Flexor Longo dos Dedos.
Quanto à Função:
a) Agonistas: São os músculos principais que ativam um movimento específico do corpo, eles se contraem ativamente para produzir um movimento desejado. Ex: Pegar uma chave sobre a mesa, agonistas são os flexores dos dedos.
b) Antagonistas: Músculos que se opõem à ação dos agonistas, quando o agonista se contrai, o antagonista relaxa progressivamente, produzindo um movimento suave. Ex: idem anterior, porém os antagonistas são os extensores dos dedos.
c) Sinergistas: São aqueles que participam estabilizando as articulações para que não ocorram movimentos indesejáveis durante a ação principal. Ex: idem anterior, os sinergistas são estabilizadores do punho, cotovelo e ombro.
d) Fixadores: Estabilizam a origem do agonista de modo que ele possa agir mais eficientemente. Estabilizam a parte proximal do membro quando move-se a parte distal.
Quanto à Nomenclatura: O nome dado aos músculos é derivado de vários fatores, entre eles o fisiológico e o topográfico:
a) Ação: Extensor dos dedos.
b) Ação Associada à Forma: Pronador redondo e pronador quadrado.
c) Ação Associada à Localização: Flexor superficial dos dedos.
d) Forma: Músculo Deltóide (letra grega delta).
e) Localização: Tibial anterior.
f) Número de Origem: Bíceps femoral e tríceps braquial.

Tipos de Músculos:
a) Músculos Estriados Esqueléticos: Contraem-se por influência da nossa vontade, ou seja, são voluntários. O tecido muscular esquelético é chamado de estriado porque faixas alternadas claras e escuras (estriações) podem ser vistas no microscópio óptico.
b) Músculos Lisos: Localizado nos vasos sangüíneos, vias aéreas e maioria dos órgãos da cavidade abdômino-pélvica. Ação involuntária controlada pelo sistema nervoso autônomo.
c) Músculo Estriado Cardíaco: Representa a arquitetura cardíaca. É um músculo estriado, porém involuntário – AUTO RITMICIDADE.
Componentes dos Músculos Estriados:
a) Ventre Muscular é a porção contrátil do músculo, constituída por fibras musculares que se contraem. Constitui o corpo do músculo (porção carnosa).
b) Tendão é um elemento de tecido conjuntivo, ricos em fibras colágenas e que serve para fixação do ventre, em ossos, no tecido subcutâneo e em cápsulas articulares. Possuem aspecto morfológico de fitas ou de cilindros.
c) Aponeurose é uma estrutura formada por tecido conjuntivo. Membrana que envolve grupos musculares. Geralmente apresenta-se em forma de lâminas ou em leques.
d) Bainhas Tendíneas são estruturas que formam pontes ou túneis entre as superfícies ósseas sobre as quais deslizam os tendões. Sua função é conter o tendão, permitindo-lhe um deslizamento fácil.
e) Bolsas Sinoviais são encontradas entre os músculos ou entre um músculo e um osso. São pequenas bolsas forradas por uma membrana serosa que possibilitam o deslizamento muscular.

Tipos de Contrações:
O nome dado aos músculos é derivado de vários fatores, entre eles o fisiológico e o topográfico:
a) Contração Concêntrica: o músculo se encurta e traciona outra estrutura, como um tendão, reduzindo o ângulo de uma articulação. Ex: Trazer um livro que estava sobre a mesa ao encontro da cabeça.
b) Contração Excêntrica: quando aumenta o comprimento total do músculo durante a contração. Ex: idem anterior, porém quando recolocamos o livro sobre mesa.
c) Contração Isométrica: servem para estabilizar as articulações enquanto outras são movidas. Gera tensão muscular sem realizar movimentos. É responsável pela postura e sustentação de objetos em posição fixa. Ex: idem anterior, porém quando o livro é sustentado em abdução de 90°.
Anatomia Microscópica da Fibra Muscular:
O tecido muscular consiste de células contráteis especializadas, ou fibras musculares, que são agrupadas e dispostas de forma altamente organizada. Cada fibra de músculo esquelético apresenta dois tipos de estruturas filiformes muito delgadas, chamadas miofilamentos grossos (miosina) e finos (actina).
Componentes Anatômicos do Tecido Conjuntivo:
a) Fáscia Superficial separa os músculos da pele.
b) Fáscia Muscular é uma lâmina ou faixa larga de tecido conjuntivo fibroso, que, abaixo da pele, circunda os músculos e outros órgãos do corpo.
c) Epimísio é a camada mais externa de tecido conjuntivo, circunda todo o músculo.
d) Perimísio circunda grupos de 10 a 100 ou mais fibras musculares individuais, separando-as em feixes chamados fascículos. Os fascículos podem ser vistos a olho nu.
e) Endomísio é um fino revestimento de tecido conjuntivo que penetra no interior de cada fascículo e separa as fibras musculares individuais de seus vizinhos.


Reflexão
O sistema muscular é formado pelo conjunto de músculos do nosso corpo. Existem cerca de 600 músculos no corpo humano; juntos eles representam de 40 a 50% do peso total de uma pessoa. Os músculos são capazes de se contrair e de se relaxar, gerando movimentos que nos permitem andar, correr, saltar, nadar, escrever, impulsionar o alimento ao longo do tubo digestório, promover a circulação do sangue no organismo, urinar, defecar, piscar os olhos, rir, respirar, etc. A nossa capacidade de locomoção depende da ação conjunta de ossos, articulações e músculo, sob a regulação do sistema nervoso. No corpo humano, existem músculos grandes, como os da coxa, e músculos pequenos, como certos músculos da face. Eles podem ser arredondados (os orbiculares dos olhos, por exemplo); planos (os do crânio, entre outros); ou fusiformes (como os do braço).
Podemos reconhecer três tipos de músculo:
· Músculo não estriado (músculo liso);
· Músculo estriado esquelético;
· Músculo estriado cardíaco.
Os músculos não estriados têm contração lenta e involuntária, isto é, os movimentos por eles gerados ocorrem independentemente da nossa vontade. Esses músculos são responsáveis, por exemplo, pela ereção dos pêlos na pele (“arrepio”) e pelos movimentos de órgãos como o esôfago, o estômago, o intestino, as veias e as artérias, ou seja, músculos associados aos movimentos peristálticos e ao fluxo de sangue no organismo. Os músculos estriados esqueléticos fixam-se aos ossos geralmente por meio de cordões fibrosos, chamados tendões. Possuem contração vigorosa e voluntária, isto é, seus movimentos obedecem a nossa vontade. Exemplos: os músculos das pernas, dos pés, dos braços e das mãos. O músculo estriado cardíaco é o miocárdio, o músculo do coração, que promove os batimentos cardíacos. Sua contração é vigorosa e involuntária. Uma das principais propriedades dos músculos é a capacidade de se contrair; a contratilidade; é ela que torna possíveis os movimentos. No caso dos músculos estriados esqueléticos, os ossos atuam como alavancas e permitem a efetivação do movimento. Às vezes, o movimento é possível graças ao trabalho antagônico de dois músculos. Por exemplo: quando você dobra um braço, o bíceps braquial se contrai, diminui no comprimento e aumenta na espessura. Ao mesmo tempo, o tríceps braquial relaxa. Ao esticar o braço, a situação se inverte: o bíceps braquial relaxa, voltando ao tamanho normal, e o tríceps braquial se contrai. Cada fibra muscular ou miócito é uma célula longa e fina, com muitos núcleos e com o citoplasma ocupado por filamentos microscópicos chamados miofibrilas. As miofibrilas permitem a contração muscular e, portanto, nossos movimentos. Os músculos estriados são as vezes chamados de “músculos vermelhos”, por causa de uma proteína chamada de mioglobina. Essa proteína é uma espécie de “parente” da hemoglobina das hemácias: tem um quarto do tamanho dela, é vermelha e capaz de se combinar com o gás oxigênio. A mioglobina funciona como um reservatório do gás oxigênio para as atividades musculares.

Sistema esquelético - Osso



- Osso
O osso é um tecido vivo, complexo e dinâmico. Uma forma sólida de tecido conjuntivo, altamente especializado que forma a maior parte do esqueleto e é o principal tecido de apoio do corpo. O tecido ósseo participa de um contínuo processo de remodelamento dinâmico, produzindo osso novo ( as células responsáveis são as osteoblastas ) e degradando osso velho ( as células responsáveis são as osteclastas).
Ele tem duas substancias:
·      Na substância óssea compacta, as lamínulas de tecido ósseo encontram-se fortemente unidas umas às outras pelas suas faces, sem que haja espaço livre interposto.  Por esta razão, este tipo é mais denso e duro.
· Na substância óssea esponjosa, as lamínulas ósseas, mais irregulares em forma e tamanho, se arranjam de forma a deixar entre si, espaços ou lacunas que se comunicam umas com as outras e que, a semelhança do canal medular, contém medula. As lacunas entre as lamínulas ósseas são chamadas de trabéculas ósseas.
Nos ossos longos a diáfise é composta por osso compacto externamente ao canal medular, enquanto as epífises são compostas por osso esponjoso envolto, por uma fina camada de osso compacto.
Nos ossos planos, a substância esponjosa situa-se entre duas camadas de substância compacta. Nos ossos da CALVÁRIA, a substância esponjosa é chamada de DÍPLOE. Os ossos curtos são formados por osso esponjoso revestido por osso compacto. No vivente e no cadáver o osso se encontra sempre revestido por delicada membrana conjuntiva, com exceção das superfícies articulares. Esta membrana é denominada PERIÓSTEO e apresenta dois folhetos, um superficial, e outro profundo. O folheto profundo está em contato direto com a superfície óssea. A camada profunda é chamada OSTEOGÊNICA pelo fato de suas células se transformarem em células ósseas, que são incorporadas à superfície do osso, promovendo assim o seu espessamento. Os ossos são altamente vascularizados. As artérias do periósteo penetram no osso, irrigando-o e distribuindo-se na medula óssea.

Funções do esqueleto:
Sustentação e conformidade: Os ossos funcionam como base estrutural para o corpo, sustentando os tecidos moles e fornecendo pontos de fixação para os tendões da maioria dos músculos esqueléticos. A forma do corpo está diretamente relacionada com o esqueleto, sem os ossos o corpo humano seria como o corpo de uma larva. A posição ereta seria impossível.



Proteção: O sistema ósseo também protege os órgãos internos dos traumatismos do exterior.
O encéfalo é protegido pelo crânio.
A medula espinal, pela coluna vertebral.
O coração e os pulmões pelo gradil costal, composto por costelas e o osso esterno.
Os órgãos pélvicos são protegidos pelos ossos do quadril, que formam a cavidade pélvica.


Participação no movimento: O movimento é produzido quando uma tração exercida pelos músculos esqueléticos incide sobre os ossos, no momento de sua contração.
Pelo fato de muitos ossos se articularem e esta união óssea permitir movimentos, o esqueleto desempenha um papel importante na determinação do tipo e da amplitude do movimento que o segmento será capaz de fazer, bem como, a própria anatomia do osso acaba por limitar movimentos indesejáveis.


Homeostasia mineral: O tecido ósseo armazena vários minerais, especialmente cálcio e fósforo, que contribuem para fortalecer o osso.
O osso também pode liberar minerais na corrente sanguínea. Para manter os balanços minerais críticos e para distribuir minerais para outros órgãos.


Hematopoése: Produção de células sanguíneas.
No interior de certas partes dos ossos, a medula óssea vermelha produz eritrócitos, leucócitos e plaquetas.


Armazenamento de triglicerídeos: No recém-nascido, toda a medula óssea é vermelha e está envolvida na hematopoiése.
Entretanto, com o avançar da idade, a produção de células sanguíneas diminui, e a maior parte da medula passa a ser formada por adipócitos. Sendo chamada então, de medula óssea amarela.


Classificação: Os ossos classificam-se quanto à forma em:

Osso Longo: Exemplo. O fêmur. A tíbia. O úmero. O rádio. A ulna. As falanges.

Osso Curto: Exemplo. Ossos carpais. Alguns ossos tarsais. A patela.
Osso Plano. (laminar): Exemplo. Alguns ossos do crânio.


Osso Irregular: Exemplo. as vértebras. Alguns ossos da face e do crânio.
Adjetivando, essas quatro classificações principais, existem outras duas:


Osso pneumático: São ossos que contêm cavidades cheias de ar. São encontrados apenas no Crânio e na face. 
Exemplo. Frontal. Osso plano e pneumático.
Maxila. Etmóide. E temporal. Ossos irregulares e pneumáticos.


Osso sesamóide: São ossos que se formam entre articulações, como os ossos suturais do crânio e entre tendões e ligamentos como a patela, cuja principal função é proteger a articulação do joelho.
A patela é o maior osso sesamóide do corpo humano. É considerado um osso curto sesamóide. 
Algumas exceções, como as costelas, se classificam apenas, como ossos alongados.


Em todo osso longo, o corpo, geralmente cilíndrico, recebe o nome de diáfise, e as extremidades, recebem o nome de epífises.
A diáfise é ôca.
E seu interior, chamado de canal medular, é ocupado pela medula óssea.
A medula óssea é Vermelha nas crianças e jovens. E com o passar dos anos, vai sendo substituída por tecido adiposo, sendo chamada então de Medula Óssea Amarela.
Também na epífise, há um grande número de cavidades, formadas pelo entrecruzamento das trabéculas ósseas. Essas cavidades também contêm a medula vermelha. Formadora de células sanguíneas.

Reflexão
O Sistema esquelético (ou esqueleto) humano consiste em um conjunto de ossos, cartilagens e ligamentos que se interligam para formar o arcabouço do corpo e desempenhar várias funções, tais como: proteção (para órgãos como o coração, pulmões e sistema nervoso central); sustentação e conformação do corpo; local de armazenamento de cálcio e fósforo (durante a gravidez a calcificação fetal se faz, em grande parte, pela reabsorção destes elementos armazenados no organismo materno); sistema de alavancas que movimentadas pelos músculos permitem os deslocamentos do corpo, no todo ou em parte e, finalmente, local de produção de várias células do sangue. O sistema esquelético pode ser dividido em duas grandes porções: uma mediana, formando o eixo do corpo, composta pelos ossos da cabeça, pescoço e tronco, o ESQUELETO AXIAL; outra, apensa a esta, forma os membros e constitui o ESQUELETO APENDICULAR. A união entre estas duas porções se faz por meio dos CÍNGULOS: do membro superior (torácico), constituído pela escápula e clavícula e do membro inferior (pélvico) constituída pelos ossos do quadril.

Ossos são órgãos esbranquiçados, muito duros, que unindo-se aos outros, por intermédio das junturas ou articulações constituem o esqueleto. É uma forma especializada de tecido conjuntivo cuja a principal característica é a mineralização (cálcio) de sua matriz óssea (fibras colágenas e proteoglicanos).  O osso é um tecido vivo, complexo e dinâmico. Uma forma sólida de tecido conjuntivo, altamente especializado que forma a maior parte do esqueleto e é o principal tecido de apoio do corpo. O tecido ósseo participa de um contínuo processo de remodelamento dinâmico, produzindo osso novo e degradando osso velho. O osso é formado por vários tecidos diferentes: tecido ósseo, cartilaginoso, conjuntivo denso, epitelial, adiposo, nervoso e vários tecidos formadores de sangue. Quanto a irrigação do osso, temos os canais de Volkman (vasos sanguíneos maiores) e os canais de Havers (vasos sanguíneos menores). O tecido ósseo não apresenta vasos linfáticos, apenas o tecido periósteo tem drenagem linfática. No interior da matriz óssea existem espaços chamados lacunas que contêm células ósseas chamadas osteófitos. Cada osteófito possui prolongamentos chamados canalículos, que se estendem a partir das lacunas e se unem aos canalículos das lacunas vizinhas, formando assim, uma rede de canalículos e lacunas em toda a massa de tecido mineralizado.

domingo, 10 de junho de 2012

Sistema nervoso autônomo – 21/05


·  Sistema responsável pelo controle das funções viscerais como pressão arterial, motilidade do trato gastrointestinal, vesical e sudorese.
·  Organização do sistema nervoso autônomo: este sistema é regulado por centros medulares, pelos núcleos do tronco encefálico como também pelo hipotálamo.
·  Anatomicamente fazemos a distinção de três sistemas que compõe o sistema nervoso autônomo: Simpático, Parassimpático e Entérico.


 Sistema simpático
Esta parte do sistema nervoso autónomo tem origem nas regiões dorsal e lombar da medula espinal, apesar de ser controlada por estruturas pertencentes ao encéfalo, pois é naquela região que estão situados os grupos de neurónios cujas fibras saem da medula através dos correspondentes nervos raquidianos, mas que rapidamente alteram o seu percurso para chegarem a formações adjacentes, denominadas gânglios simpáticos paravertebrais, formando uma rede em ambos os lados da coluna vertebral. Cada um destes gânglios é composto por neurónios com a capacidade de receber as mensagens provenientes da medula, cujas próprias fibras se estendem ao longo dos nervos correspondentes para alcançarem os diversos tecidos e órgãos. Parte das fibras simpáticas que saem da medula não acabam nos gânglios paravertebrais, pois atravessam-nos e estendem-se até formações semelhantes situadas a volta de cada órgão efetor, denominadas gânglios simpáticos paraviscerais. Existem vários gânglios deste tipo: por exemplo, o gânglio celíaco e os gânglios mesentéricos próximos dos órgãos abdominais e pélvicos. As fibras nervosas simpáticas atravessam vários nervos até chegarem aos tecidos onde o sistema simpático exerce a sua acção: vasos sanguíneos, glândulas (sudoríparas, lacrimais), músculos oculares, coração, traqueia e brônquios, órgãos do aparelho digestivo e do sistema geniturinário, etc. Ao chegarem a esses tecidos, as fibras, perante os estímulos adequados, libertam dois neurotransmissores encarreguem das ações do sistema simpático, adrenalina e noradrenalina, para os quais existem receptores específicos que desencadeiam as respostas. Como a atividade do sistema simpático afeta todo o organismo, costuma ter efeitos diversos: dilatação das pupilas, aceleração dos batimentos cardíacos, dilatação dos brônquios, aumento da pressão arterial, dilatação dos vasos sanguíneos dos músculos, contração dos vasos sanguíneos da pele e dos órgãos abdominais, redução da atividade do aparelho digestivo, entre outros. Um conjunto de respostas prepara o organismo para responder imediata e eficazmente a uma situação de alarme, através da fuga ou de outra resposta adequada.

Sistema parassimpático
Esta parte do sistema nervoso autónomo provém do encéfalo, nomeadamente de vários núcleos situados no tronco cerebral e na região sagrada da medula espinal. O sector dos núcleos do tronco cerebral é composto por neurónios cujas fibras pertencem a alguns pares cranianos (o par craniano III, que inerva a musculatura intrínseca do olho; o par VII, que inerva as glândulas lacrimais e salivares; o par IX, que inerva as glândulas parótidas; o par X, que inerva o coração, o aparelho respiratório e os órgãos do aparelho digestivo), o que proporciona a sua extensão até aos órgãos onde o sistema exerce a sua ação. Por seu lado, o sector que nasce na região sagrada da medula espinal é constituído por neurónios cujas fibras se estendem ao longo dos correspondentes nervos raquidianos até se unirem através do processo de sinapse a outros neurónios situados numa série de gânglios parassimpáticos, próximos dos órgãos sobre os quais as fibras, através de nervos específicos, exercem a sua ação: reto, bexiga e genitais. As fibras do sistema parassimpático exercem a sua ação através do neurotransmissor acetilcolina e dos receptores específicos, dos órgãos inervados, que desencadeiam as diferentes respostas, como a contração das pupilas, o aumento de todas as secreções glandulares (salivais, nasais, etc.) a exceção das sudoríparas, a diminuição dos batimentos cardíacos, a contração dos vasos sanguíneos musculares e a dilatação dos vasos cutâneos e viscerais, a constrição dos brônquios, etc., o que constitui urn conjunto de respostas que determine uma melhor predisposição do organismo para o relaxamento e para o repouso.

Reflexão
Pude aprender como funciona o sistema nervoso, e como ele é divido e como um é autônomo, ou seja, temos controle sobre sua ação e o outro é não autônomo quando não temos controle sobre a sua ação como, por exemplo, os batimentos cardíacos e a respiração e são graças a eles que temos controle de alguns órgãos e também por causa deles que não morremos e que o nosso corpo funciona corretamente.

Sistema nervoso entérico (SNE) – 14/05



O trato gastrintestinal tem um sistema nervoso próprio denominado de sistema nervoso entérico. Até pouco tempo atrás se desconhecia a existência deste sistema nervoso totalmente especializado para as funções gástricas.
·      Localiza-se inteiramente na parede do intestino, começa no esôfago e estende-se até o ânus.
·      Possui um numero de neurônios tão grande quanto o número de neurônios da medula espinhal, cerca de 100 milhões de neurônios, o que demonstra a grande importância deste sistema para a função gastrintestinal.
·      O numero de neurônios do SNE é 1000 vazes menor, do que se tem no córtex cerebral, mas mesmo assim continua a ser um numero muito grande.
·      Com esta quantidade de neurônios os movimentos e secreções organizados pelo SNE são de uma extrema precisão.

O SNE pode ser divido em dois plexos: submucoso e miontérico.

· Miontérico: externo em relação ao submucoso se localiza entre as camadas musculares e longitudinal e circular.
· Controla os movimentos gastrintestinais (segmentação e peristaltismo).

· Submucoso: localizado na submucosa, mais precisamente entre a camada muscular circular e a submucosa.

· Controla as secreções gastrintestinais além do fluxo sanguíneo local.

Em qualquer momento que o seguimento do intestino delgado estive com conteúdo alimentar (pressão em suas paredes), estará sofrendo estímulos para que sejam realizados movimentos que empurrem este alimento para frente ou para mistura com a enzima (respectivamente peristaltismo e segmentação), quem determina o tipo de movimentação é o sistema nervoso entérico.

Existem fibras simpáticas e parassimpáticas que estabelecem conexões com os plexos miontérico e submucoso.

· Embora o SNE possa funcionar por si só sem a necessidade destes nervos extrínsecos, a estimulação simpática e parassimpática pode inibir ou estimular ainda mais as funções gastrintestinais.
Ø A estimulação simpática tende a inibir as secreções e os movimentos peristálticos.

A estimulação parassimpática estimula as secreções e o peristaltismo.

 Reflexão
Pude observar como o sistema entérico é precioso para o ser humano, já que é graças a ele que o trato digestivo é capaz de desenvolver sua função. E ele pode ser dividido em parassimpático e simpático.

Metabolismo de aminoácidos. 18/05




O conteúdo de proteínas no corpo do adulto permanece marcadamente constante. Considerando que a maioria dos adultos ingere cerca de 10 a 15% de sua energia na dieta, ns forma de proteína, numa quantia equivalente de aminoácidos deve ser perdida a cada dia. O corpo não pode armazenar excesso de aminoácidos. Aqueles no necessários para formar proteínas perdem seus corpos nitrogenados e os esqueletos de carbono são utilizados para fazer glicose (glicogênese) ou convertido em acetil-CoA, que pode alimentar o ciclo de acido cítrico ou ser utilizada para produzir ácidos graxos. O primeiro passo para ordernar o excesso de aminoácidos é remover os grupos amino, que são transferidos principalmente para o delta-cetoglutarato pelas enzimas transaminases (aminotransferase), para produzir glutamato e cetoácidos. Esse processo ocorre fígado para a maioria dos aminoácidos, mas aminoácidos de cadeias laterais (leucina, isoleucina e valina), perdem seus grupos amino, principalmente no musculo, pela ação da transaminase de cadeia lateral dos aminoácidos o  músculo esquelético contem uma alta concentração de glutamina, sintetizada pela glutamina sintetizada pela glutamina síntese, a partir do glutamato e dois íons de amônio e glutamina, a taxas aceleradas. Os grupos amino nos aminoácidos são removidos do corpo na forma de ureia, uma molécula sintetizada no fígado, utilizando o ciclo da ureia e excretada na urina. Esse ciclo simples elimina os grupos amino que não podem ser oxidado.

COMPOSTOS NITROGENADOS NÃO PROTÉICOS
Aminoácidos -> Compostos nitrogenados não protéicos -> Bases Púricas e
Pirimídicas
Aminoácidos -> Compostos nitrogenados não protéicos -> Porfirinas
METABOLISMO DE BASES NITROGENADAS (PÚRICAS E PIRIMÍDICAS)
CONCEITO E ESTRUTURA:
   As bases nitrogenadas possuem este nome em virtude de seu caráter alcalino (BASES) e da presença do nitrogênio derivado dos aminoácidos.
  As bases nitrogenadas mais importantes são aquelas derivadas da purina ou pirimidina:
Purinas: Adenina, guanina, hipoxantina, xantina.
Piridimas: citosina, uracila, timina.

BASES NITROGENADAS
       As bases nitrogenadas podem se ligar a açúcares (pentoses) formando os nucleosídeos.
Adenina, Timina, Guanina e citosina -> Sua importância biológica está relacionada com:
   processo de geração e armazenamento de energia (ATP, GTP);
   coenzimas como NAD e FAD necessários ao metabolismo energético;
   sinais regulatórios da atividade celular (AMP-cíclico)
   estrutura do DNA e RNA (polinucleotídeos) que são portadores da informação genética e estão envolvidos no processo de duplicação celular e síntese de proteínas.

Degradação e Excreção de Bases Pirimídcas
A degradação das pirimidinas é feita no fígado. Os produtos finais são CO2 e NH3, que sendo altamente solúveis, são eliminados por vias normais (o CO2 é eliminado pela via respiratória e a amônia pelo ciclo da Uréia).
Degradação e Excreção de Bases Púricas
O produto final de degradação das bases púricas é o ácido úrico, após a formação de xantina.
O ácido úrico é insolúvel e excretado na urina.
Quando houver acidificação sangüínea, o ácido úrico pode se precipitar na forma de uratos cristalinos que se depositam nos tecidos moles e juntas ósseas. Como conseqüência pode ocorrer inflamação aguda e dor. Essa doença é conhecida como “GOTA”.
Produção de ATP e metabolismo energético
BIOENERGÉTICA
Bioenergética: parte da Bioquímica que estuda os fenômenos energéticos nos seres vivos. Identifica as diferentes formas de energia nos seres vivos e a forma como ela é obtida, armazenada e utilizada.
Princípios da Termodinâmica: (estuda as diferentes formas de energia e suas transformações)
1º -  A energia no Universo é constante
2º - A entropia do Universo tende a aumentar
“a organização das coisas só se faz com gasto de energia e não é espontânea. Já a desordem é natural e não necessita do emprego de energia”
Reação Exergônica: reação que libera energia e é espontânea
Reação Endergônica: reação que consome energia e não é espontânea
No metabolismo celular, o ATP pode ser produzido por 2 processos básicos:
1)   Fosforilação oxidativa: realizado por meio de uma cadeia transportadora de elétrons (Cadeia Respiratória) no interior das mitocôndrias. É um processo aeróbico, ou seja, há consumo de oxigênio.
2)   Fosforilação no Nível de Substrato: ocorre quando um substrato rico em energia se transforma em um composto mais pobre, sendo que a diferença energética é capaz  de produzir moléculas de ATP. É um processo anaeróbico, ou seja, não consumo de oxigênio.
Cada volta no Ciclo de Krebs forma um total de 12 ATPs
REGULAÇÃO DO CICLO DE KREBS
   O Ciclo de Krebs é regulado pela ação de várias enzimas.
  A principal enzima reguladora do Ciclo de Krebs é a Isocitrato desidrogenase; porém existem mais 2 pontos de regulação a partir da citrato sintase e alfa-cetoglutarato desidrogenase.
   Quando a célula estiver devidamente suprida de ATP, ou seja, alta concentração de ATP e baixa concentração de ADP, o Ciclo de Krebs tem a sua velocidade reduzida. Na situação inversa, ou seja, baixa concentração de ATP na célula e alta de ADP, o ciclo de Krebs terá sua velocidade aumentada.
Regulação do Ciclo de Krebs
Alta [ATP] ou [NADH] na célula
Diminuição da Velocidade do Ciclo de Krebs
Baixa [ATP] ou [NADH] na célula
Aumento da Velocidade do Ciclo de Krebs

CADEIA RESPIRATÓRIA OU FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA
  Cadeia Respiratória ou Cadeia Transportadora de elétrons é um conjunto de substâncias transportadoras de prótons (H+) e elétrons (e-) localizadas nas cristas mitocondriais que permitem a produção de água  e liberação de energia.

Reações de Óxido-Redução e Transporte de elétrons
  OxiDAção: Uma substância sofre oxidação quando ela reage com um agente oxidante; ou seja, quando ela elétrons.
Zn(s) à Zn2+ + 2e-
  REdução: Uma substância sofre redução quando ela reage com um agente redutor; ou seja, quando ela REcebe elétrons.
2H+ + 2e- à H2(g)
REGULAÇÃO DA CADEIA RESPIRATÓRIA
   O funcionamento da Cadeia Respiratória tem como objetivo a produção de ATP e é regulado por ele. Quando houver altas concentrações de ATP a velocidade da Cadeia Respiratória deverá diminuir. Ao contrário, quando houver baixa concentração de ATP a velocidade deverá aumentar.

AUMENTO DE ATP
DIMINUI A VELOCIDADE DA C.R.
DIMINUIÇÃO DE ATP
AUMENTA A VELOCIDADE DA C.R.

  Certas substâncias podem modificar o comportamento das Cadeias Respiratórias:
INIBIDORES: substâncias que bloqueiam a Cadeia Respiratória interrompendo irreversivelmente seu funcionamento (KCN; CO; Rotenona, Amobarbital).
ACEPTORES: retiram elétrons da Cadeia Respiratória. Através deles podemos localizar os pontos de ação dos inibidores (Azul de Metileno).
DESACOPLADORES: substâncias que, sem intervir no transporte de elétrons, impedem a formação de ATP (Tiroxina – hormônio da tireóide – aumenta a velocidade da Cadeia; Pentaclorofenol – agente lipofílico utilizado no tratamento de madeira).

Reflexão
Pude observar como se é formado o metabolismo nitrogenado, o ciclo de Krebs, e como os hormônios precisam de certas substancias para sobreviverem, modificarem e funcionarem. Não pude tirar muita informação do conteúdo pois tiveram algumas coisas que não entendi por mais que pesquise em outros livros. Mas continuarei tentando entender.